Os Nove Mundos – Yggdrasil

os 9 Mundos – Mitologia Nórdica

Asgard: Influências superiores, relação com os deuses. Aspectos ocultos da questão. Honra, influências positivas (ativas) de encarnações passadas – “orlog”.
No topo da coluna vertical de Yggdrasil está Asgard, o reino celeste, moradia das divindades AEsir, regido por Odin e Frigga. Aparentemente localizado em um plano elevado, quase inacessível, Asgard na realidade está próximo a nós, pois representa as aspirações elevadas, o Eu Superior, a evolução da consciência, a própria centelha divina que assume diferentes roupagens carnais ao longo de sua peregrinação. Sinônimo de Céu, Plano Divino ou Mundo Superior, Asgard poderá ser alcançado somente por um esforço consciente e persistente por meio de determinação e fé, com a orientação e ajuda de um Mentor, guia espiritual, de uma Disir ou Valquíria. Asgard corresponde à raiz superior de Yggdrasil, denominada “raiz espiritual” (que abriga a fonte de Urdh), situada no centro e acima de Midgard, por onde se chega pela ponte Bifrost.
As runas correspondentes são Gebo e Ansuz, as dádivas da fala e da inteligência dadas pelos deuses aos seres humanos. Seu elemento é o éter; suas cores, o ouro, a prata e o branco; seu guardião, o deus Heimdall e seu simbolismo é o do crescimento espiritual, recebido como recompensa pelas atitudes elevadas e pelas ações positivas.
Alfheim: Influências espirituais. Família. Mensagens de Huginn: orientações nas quais você deve se planejar. O que o ajudará. O que o ajuda a reconhecer a influência de Asgard.
Acima de Midgard, no eixo vertical, encontra-se Alfheim, a morada dos elfos claros. Mesmo não sendo percebido pelos seres humanos como uma dimensão real, esse plano lhes é familiar porque representa o universo mental. Os elfos claros raramente são visíveis por causa da sua sutil estrutura etérica, mas seus feitos sobre a mente humana são percebidos pelo desenvolvimento intelectual e artístico. Alfheim é o reino da expansão mental, da imaginação e da criatividade e, além de abrigar os pensamentos conscientes, pode transformá-los em ações positivas. É regido pela deusa solar Sunna (ou Sol) e por Frey, o deus da fertilidade. Suas cores são amarelo, azul e verde-claro; seus elementos, ar e a luz solar; seu guardião, Delling, o elfo da aurora, consorte de Nott, a deusa da noite.
As runas correspondentes a Alfheim são Sowillo e Sol, a potência da energia solar que permite revelar e compreender aquilo que está oculto. Alfheim representa a iluminação da mente e é vista como uma emanação – ou reflexo – da alma. Por ele flui a energia de Asgard transmitida para Midgard, mesclando as frequências mais elevadas dos seres humanos com as vibrações mais acessíveis das divindades, facilitando assim o intercâmbio.
Svartalfheim: Influências criativas, emocionais. Dinheiro. Mensagens de Muninn: sobre o que você deve refletir. Como reconhecer as influências de Hel.
Abaixo de Midgard situa-se o reino de Svartalfheim, oposto de Alfheim. Habitado pelos elfos escuros e pelos anões, e guardado pelo anão Modsognir, é o plano da modelação e transmutação da matéria bruta telúrica em materiais mais refinados, como os metais, os cristais e as pedras preciosas. Por temerem a luz que pode petrificá-los, os elfos escuros se escondem em grutas e florestas. Tanto eles quanto os anões vivem em comunidades solidárias e protegidas contra qualquer tipo de aproximação humana. Esses seres representam a inteligência primaria que plasma tudo o que será manifestado posteriormente em Midgard. Alfheim, portanto, é o plano onde o futuro é criado a partir das formas-pensamentos do presente. Nele coexistem as vibrações mais densas de Midgard e as mais elevadas de Hel.
A runa correspondente é Eihwaz, símbolo do eixo que sustenta o corpo, o caule ou o tronco. Seus elementos são a terra, os cristais e os metais. Svartalfheim representa o aspecto subconsciente da psique, colocado a serviço do Eu consciente.
Hel: Desejos instintivos ocultos ou reprimidos. Funções automáticas ou modos de comportamento. A raiz oculta da questão. Influências negativas (passivas, restritivas) de encarnações passadas – “orlog“.
Na base de Yggdrasil, em seu nível mais profundo, conhecido como o “Mundo Subterrâneo”, existe o reino de Hel, associados aos mortos e governado pela deusa de mesmo nome. Os mortos que ali estão não morreram heroicamente nos campos de batalha, mas de velhice e doenças. Hel é um plano onde reina o silêncio e uma aparente inércia, mas é ali que as almas repousam à espera do renascimento. Por isso, é considerado o portal para a regeneração e a recriação da vida após a morte. Chamado também de Niflhel está situado exatamente em oposição a Asgard, em uma analogia entre a base e a coroa. Hel também é alcançado por meio de uma ponte, que atravessa o escuro e gelado rio Gjoll. Diferente de Bifrost – estreita e flamejante -, essa ponte é larga e escura, guardada pela auxiliar da deusa Hel, Mordgud (Mordgurd). No nível psicológico, Hel simboliza o inconsciente, a sede dos impulsos e dos instintos atávicos, dos aspectos sombrios e ocultos do Ser. Hel tem a natureza dupla da própria deusa, que é metade linda e jovem, metade caveira em decomposição. Por isso, Hel é a síntese dos dois portais: túmulo (da morte) e o útero (da vida).
A runa correspondente é Hagalaz, o potencial da semente cósmica. Os elementos correspondentes são o granizo, o frio e a escuridão; suas cores, o marrom, o cinza e o preto. Hel descreve o potencial de transição, de um estado para outro, infinitamente.
Muspelheim: O estado de sua força vital. Influências ativas ou restritivas vindas de fora. O que tende a se tornar ativo.
Para o Sul, encontra-se Muspelheim, o reino do fogo, pólo oposto e complementar de Niflheim, co-criador de Midgard. Sua energia é expansiva, intensa e luminosa, porém, quando em excesso, dotados de imenso potencial transformador ou destruidor. Desse plano partem os gigantes conduzidos por Surt, o guardião da espada flamejante, para iniciar a destruição dos mundos pelo  poder do fogo no Ragnarok. Desaconselha-se “viajar” para essa dimensão. 
A runa correspondente é Dagaz; o elemento, o fogo; as cores, o vermelho e o laranja; o poder é de destruição e regeneração e seu regente é o gigante Surt.
Niflheim: O que está em seu caminho. Influências passivas ou restritivas vindas de fora. O que tende permanecer latente. 
Na direção Norte, no eixo horizontal, acima da raiz mais profunda – a “raiz subterrânea” -, está situado o reino de Niflheim, um mundo frio e coberto de névoa. Local onde a água surge em condensação da neblina aquecida pelas brisas quentes de Muspelheim. Nilfheim participou juntamente com Muspelheim da criação de Midgard, do vazio primordial de Ginungagap; é dali que sai, no Ragnarok, o navio dos mortos, Naglfari, conduzido por Loki. A névoa faz Nilfheim um mundo de ilusão, um estado indefinido entre o tangível e o intangível, o real e o irreal, o repouso antes do começo. 
A runa correspondente é Naudhiz; os elementos, o gelo, a névoa e a água; as cores, o cinza e o preto; seu guardião, o dragão Nidhogg. Niflheim representa o espaço vazio da mente e do corpo, à espera das sementes fertilizadoras dos pensamentos e da própria vida. 
Vanaheim: Estimula o crescimento. Relações eróticas. Pessoas do outro sexo. Influências harmonizadoras. Forças da continuidade, da estrutura e do bem-estar.
Também conectado com Midgard, mas do lado oposto a Jutunheim, na direção Oeste, situa-se o reino de Vanaheim, a morada das divindades ancestrais Vanir. Como regentes da fertilidade, da sexualidade e do amor de Midgard, os Vanes imprimem também em seu mundo essas qualidades. Vanaheim era considerado um “lugar de paz e plenitude”, sede das forças modeladoras dos processos orgânicos, das qualidades de prosperidade e de abundância e do potencial mágico.
A runa correspondente é Ingwaz; os elementos, a terra e a água; as cores, o verde, o azul-escuro e o vermelho-dourado; seus regentes, Frey e Freyja; e seu poder é de geração e desenvolvimento.
Jotunheim: O que o confunde. O que permanece entregue ao acaso. O que o coloca à prova. O que o desafia à mudança. Plano das crises.
Também no eixo horizontal, na direção Leste, acima da fonte de Mimir e de Midgard, porém na diagonal, localiza-se Jotunheim, reino dos Jotnar ou Thursar, os gigantes inimigos e oponentes dos deus AEsir, dirigidos por Thrym. Diferente de Midgard, esse é um mundo estagnado, desprovido de crescimento mental e espiritual. Os gigantes encontram-se tão ocupados em roubar e guerrear que não têm tempo para expandir sua consciência ou aumentar seus conhecimentos. Metaforicamente, eles simbolizam o perigo da desmotivação, que leva à acomodação e à estagnação, impedindo o pleno desenvolvimento dos recursos existentes em cada ser. Uma exceção é representada pelas gigantas, que vão além das limitações e dos bloqueios, conseguindo por seu empenho obter o status de “deusas”, sinônimo de sua evolução espiritual.
A runa correspondente é Isa; os elementos, o gelo, as rochas e o vento; as cores, o cinza, e o vermelho-escuro; sua energia é de inércia, caos e transformação.
Midgard: A síntese em que todas as possibilidades podem se manifestar. Midgard é um mundo da ação física, das experiências sensoriais, do crescimento intelectual e do início da expansão espiritual. Nesse nível, cada aspecto do ser está interligado em uma permanente influência mútua, condicionada pelo tempo e pelo espaço. As forças do bem e do mal estão presentes e têm a mesma intensidade; cada ação é consequência de uma escolha ou decisão. Seus aspectos negativos – raiva, cobiça, violência, estagnação – o aproximam de outro mundo, o de Jotunheim. Porém, Midgard resulta da interação entre o fogo de Muspelheim e o gelo de Niflheim, simbolizando, dessa maneira, o início da vida do universo. Midgard está localizado acima da raiz terrestre de Yggdrasil, embaixo da qual nasce a fonte de Mimir. Ela é a sede da humanidade, visitada pelas divindades e os seres sobrenaturais das outras dimensões que passam pela ponte Bifrost.
As runa correspondente a Midgard é Jera, cuja palavra-chave é “a passagem do tempo”, o movimento da Roda do Ano. Seu elemento é a Terra, suas cores, as da terra e da vegetação. É regido pelas deusas da terra e seu simbolismo representa a mudança e o desenvolvimento gradativo de todos os aspectos do Ser que favorecem sua evolução espiritual. 
[Fontes: O oráculo Sagrado das Runas/Edred Thorsson e Mistérios Nórdicos/Mirella Faur]